terça-feira, junho 06, 2006

No sol a pino da tarde, ela mergulha a cabeça no lago, estando a passeio no barquinho-canoa do pai. Decobriu prazeroso hábito que tomaria conta das suas tardes. Todo dia, ao calor das três, ela vai desfrutar da pequena delícia que por acaso havia inventado.

Começou a notar a água. A mão passava pelo rio devagar, como carícia de amante. Delicado er a o encontro, ritualístico. Passou a beber água como se fosse benta, tomar banhos demorados. Aguar as flores com cuidado. Era descoberto o misticismo secular da água.

Às três, como todo dia às três, ela mergulhou a cabeça no rio, que a engoliu corpo inteiro, com o prazer de fruta suculenta no verão. Ela virou reflexo. O rio havia se apaixonado pelas suas carícias.