sábado, julho 09, 2005

Nada que preste na TV.

"São quase 70.000 habitantes...", "Ataque terrorista em Londres...", "Shhhh...", "Boa noite auditório"... .
Desliguei a televisão.
Os pingos de chuva batiam na janela, deixando o vidro embassado, transformando as coisas lá fora em algo não-nítido.
Assim é mais fácil identificar a minha vida não-nítida, parar de procurar uma outra origem.
Chove demais.
O Deus Tupã não tem pena de quem não tem teto.
Pudera,
o Deus da chuva é o Deus dos índios.
Esse, só faz chover.
Quem precisa ter pena (e não tem) dos que não tem teto, é o "nosso" Deus.
Esse é o deus do tijolo, do cimento, do salário.
Ele também tá vendo a chuva, como todo mundo.
Mas ele tem TV à cabo, e uma reuníão do G8 amanhã.

terça-feira, julho 05, 2005

De hoje, e de sempre.

De hoje... ( do meio, do homo, do cotidiano.)

Nada como fazer coisas, muitas, divertidas (ou não), e voltar pra casa de ônibus onze e meia da noite, morrrendo de fome.
(Nada como um bom chuveiro depois).
Fazer coisas para se sentir vivo.
Parar de passar o dia na cama, olhando pro teto, deixando as horas passarem como se fossem aquelas pessoas que passam pela gente quando a gente vai ao centro.
Não deixar escapulir nem um segundo.
Cama, agora, só pra cair, de braços abertos, e sonhar com os anjos.


De sempre... (do fictício, do hetero, da névoa.)

Eu sou
Gula,
Cheia de desejo,
Impulso,
E momento.

Eu sou
Faca.
Cheia de
Perigo de
Morte.

Assim, encontro mais vida.

E assim
Me encho
De
Mim.